topbella

sábado, 4 de outubro de 2014

Já à venda na Amazon

O e-book de Atração Explosiva já está disponível na Amazon por apenas R$ 6,00.




sexta-feira, 30 de maio de 2014

Para quem curte ler histórias no Wattpad, estou postando Atração Explosiva - um erótico light ultrarromântico (adoro!...rs). Pretendo publicar o livro no final de julho na Amazon, no formato e-book e físico <3 font="">

Sinopse
Isabella e Brian são vizinhos desde a infância. Porém, isso não significa que eles sejam amigos. Ou inimigos. É complicado. Os dois juntos são nitroglicerina de pura atração e repulsa. Uma bomba de tensão sexual prestes a explodir.
E a explosão parece estar próxima...
Brian está sendo assediado por uma das alunas da academia onde trabalha como professor de musculação. Ele já tentou de tudo para fugir do assédio. A mulher não desiste. Para complicar, terá uma festa na academia, e Brian não tem uma acompanhante para levar. A possibilidade de ficar com a mulher insistente num ambiente no qual a barreira entre professor e aluna não é tão clara assombra o cara.
A não ser que...
Será que Isabella toparia fingir ser namorada de Brian por uma noite? E será que o fingimento não poderá reviver desejos e lembranças que os dois juraram enterrar para sempre?



Leia a história

domingo, 23 de março de 2014

Meu amor pelos romances históricos

Hoje estava mexendo num caderno velho e encontrei o primeiro capítulo de uma história que me remeteu ao meu primeiro amor literário... ops, na verdade, meu primeiro amor literário foi o Machado de Assis (perdi as contas de quantas vezes reli Dom Casmurro desde os 15 anos). Mas, digamos, que foi o primeiro gênero que me fez consumir um livro atrás do outro e fez com que eu juntasse mais de 200 livros de um único gênero: o romance histórico. Fui mesmo MUITO apaixonada por romances históricos, cujos protagonistas eram heroínas/heróis de séculos tão distantes do meu, mas que, talvez, por isso mesmo, me envolviam completamente, me fazendo sonhar acordada com culturas, países e tempos tão diferentes da minha realidade.

Judith McNaught, Barbara Cartland, Ruth Langan, Deborah Simmons, Katy Cooper, Patrícia Cabot, Debra Lee Brown e Nicola Jordan estão entre minhas autoras preferidas. E tenho orgulho de dizer que li, se não todos, a maioria dos livros de cada uma. E essa paixão me fez começar, em 2004/2005, meu próprio romance histórico. Cheguei até a dar um nome para o "livro": Amor Intempestivo...rs. Porém, apesar de toda empolgação e amor pelo gênero romance histórico, eu escrevi apenas um capítulo da história. Enfrentando a minha velha insegurança com a escrita, e também insegura por abordar um gênero que requer uma pesquisa avançadíssima e muito bem feita, resolvi abandonar a história. Por todos esses anos, não voltei mais a ela. Entrei em contato com outros gêneros que me fizeram igualmente cair de amores, como o Chick-Lit e o New Adult, e meio que deixei os históricos de lado. Mas, hoje, ao me deparar com esse capítulo, me bateu uma nostalgia imensa dessa época em que eu acreditei poder me aventurar como romancista histórica...rsrs... E também bateu uma vontade imensa de postar o único capítulo no blog. 

E aí, será que deveria me aventurar novamente por esse gênero e terminar a história da Kathleen e do Devon? Será que levo jeito? Digam-me...rsrsrsrs...



— Por favor, Devon...
— Eu já disse não, Kathleen. Você não vai me acompanhar nesse baile e muito menos atacar com seus truques de espiã. – Devon enchia o copo de uísque enquanto falava. Sabia que o único jeito de entabular uma conversa com Kathleen, sem que essa se transformasse em discussão feroz, era bebendo algo forte.
— Isso não é justo! Enquanto você se diverte em suas espionagens, eu sou forçada a ir a um baile tedioso com vovó e Lisi. – Fechou os punhos.
Só de pensar nos bailes que sua avó e sua irmã frequentavam, Kathleen pressentia que o estômago ia revirar. Todos aqueles rapazes emplumados e moças afetadas... era demais para sua paz de espírito. E enquanto estivesse passando por aquele suplício, Devon estaria atuando como espião do rei do outro lado da cidade.
— Esse baile tedioso é onde você pode encontrar um bom partido para se casar. Já está passando da idade, sabia? Se já não passou... – Riu zombeteiro, abrindo passagem para o par de covinhas sensuais no rosto moreno. — Além do mais não estarei me divertindo, e sim trabalhando.
— Partido... grande porcaria – suspirou pesadamente. — Lá vem você também com a mesma ideia frívola da vovó e da Lisi. Pensei que você fosse mais inteligente do que isso, Devon – provocou com os olhos semicerrados. — Afinal, você é espião de Vossa Majestade. Imagino que o rei não convoca um idiota para esse trabalho.
Devon apertou o copo entre as mãos, mas tinha plena consciência de que gostaria que o vidro fosse o pescoço de Kathleen. Ele não entendia como convivia há 22 anos com a garota e ainda não tinha acabado por matá-la. Ela era infernal e tirava qualquer um do sério. Se ele não fosse tão talentoso em sua profissão, teria certeza de que o caminho religioso era um dom nato. Só isso explicaria a paciência sem limite com Kathleen.
Quem a olhasse pela primeira vez, acharia que ela era adorável, em seus cabelos cacheados castanho-escuros, olhos verdes, boca pequena e delicada. Mal saberiam a víbora geniosa que se escondia por trás da aparência angelical.
— A tática de agressão verbal também não funciona, Kat. Não vou levá-la comigo a esse baile e nem ouse pensar que pode ir escondido. – Devon ainda lembrava com perfeição que Kathleen usou dessa artimanha da última vez que lhe proibiu de usar seus dotes de espiã. — Sou capaz de exigir que Mague a tranque dentro do quarto por uma semana. Então, você não vai a lugar algum por sete dias.
— Seu demônio inescrupuloso. – Kathleen voou para cima de Devon com os punhos cerrados. Começou a desferir golpes descontrolados no peito amplo e rígido.
Devon teve um segundo de hesitação, pois não esperava reação tão violenta por parte da garota. Mas, então, prendeu-lhe os dois braços contra o próprio peito.
Os cabelos de Kathleen caíram da presilha, em desalinho por todo o rosto. Estava corada, mais pela raiva do que pela luta.
— Preciso informá-la que essa tática tampouco vai resolver, senhorita Luckwood? – Os olhos de Devon brilhavam de raiva. — Kathleen, só estou tentando fazer meu trabalho em paz e sem colocar mais ninguém em risco. Em nome de Deus, por que você sempre tem que estar no meu caminho tentando atrapalhar?
— Eu só quero ajudá-lo – falou com voz baixa, humilde, de repente. — Fui criada muito livre, Devon. Aprendi muitas coisas sobre as quais garotas da minha idade não têm a mínima ideia. Sei que posso ser muito útil como espiã.
— Esse foi seu maior problema: foi criada sem qualquer disciplina pelos avós. Mague é uma amiga inestimável, mas temo que tenha destruído sua educação.
Devon ainda tinha os punhos de Kathleen presos entre suas mãos junto ao peito. Um pesado silêncio instalou-se entre eles. Os dois passaram a se encarar, carrancudos, sem que nenhum deles estivesse disposto a ceder. Até que Kathleen começou a debater-se de novo e gritou:
— Eu o odeio, Devon Blackstone! Odeio, odeio e odeio!
— Agora você está se comportando como uma criança, Kat. Esse papel não lhe cai bem. – Sorriu, saboreando uma deliciosa sensação percorrer todo o corpo. E, sem que pudesse deter, uma voz sussurrou dentro de sua cabeça: “Minha Kat”.
— Você é odioso! Não sei por que perco meu tempo querendo ajuda-lo. – Finalmente, se soltou dele e deu um passo para trás.
— Ajudar-me? – O sorriso dele ampliou-se.
— Você sabe que sim. – Esfregou os pulsos doloridos. – Quem mais poderia espionar nas festas da alta sociedade sem levantar suspeitas? Principalmente, entre as damas? – Bateu os cílios, sedutora. – Só uma moça bem educada, caridosa e sem nenhuma mácula na honra, como eu.
— Kat, se eu não a conhecesse desde que era um bebezinho, diria que você é a garota mais adorável que já vi. – Aproximou-se dela e segurou-lhe o rosto entre as mãos grandes. – Mas eu a conheço e sei como você pode ser adorável apenas quando lhe convém. – Depositou uma mecha encaracolada do cabelo de Kathleen atrás da orelha e depois outra.
Kathleen paralisou-se com o ato repentino de carinho. O ar passou a entrar num ritmo lento em seus pulmões. Ficou difícil controlar a tremedeira nas mãos.
Apesar do gênio impulsivo e teimoso, ela era uma jovem inteligente e sabia que não odiava Devon. Mas o sentimento que nutria por ele podia ser igualmente forte e perigoso. Desviou o olhar do dele para o chão.
— É você que me odeia, na verdade.
— Você sabe que eu não a odeio, meu bem. – Tomou Kathleen nos braços e beijou seus cabelos. – Só estou tentando protegê-la, Kat. Como é difícil para você entender isso, não? Meu trabalho é muito perigoso e não posso permitir que arrisque sua vida junto comigo. Para você, é como se fosse brincadeira de criança. Mas espionagem está longe de ser um jogo inofensivo. É coisa de peixe grande.
— Você faz com que eu me sinta uma virgem inocente, Devon. Eu odeio isso e você faz de propósito. – Sem resistir por mais tempo, ela retribuiu o abraço e encostou o rosto no peito dele.
Devon estreitou-a junto de si sem pressa de terminar o abraço. O doce perfume floral o estava embriagando, diferentemente da bebida que tomara minutos atrás. Essa última tivera o poder de deixá-lo ainda mais alerta para os encantos de Kathleen. Ela era tão delicada e pequena! Parecia que tinha sido feita para ficar eternamente nos braços dele.
Ele afastou-se um pouco, o suficiente para levantar o queixo dela com a ponta dos dedos e a olhou com imensa ternura, antes de comentar:
— E não é o que você deveria ser?
Os joelhos de Kathleen fraquejaram diante das palavras ditas em tom rouco e dos olhos negros ternos. Pensou que um pouco mais daquele Devon carinhoso, os criados teriam que recolhê-la em um balde, pois derreteria no assoalho da sala grande.
Hipnotizados, os dois trocavam olhares. Kathleen ainda tinha seu queixo entre os dedos compridos de Devon. Enquanto sentia o outro braço do rapaz preso à sua cintura. Num átimo, a expressão nos olhos negros se transformou. De terna para algo novo para ela. Como se fosse um lobo faminto. Então, percebeu que seus rostos estavam cada vez mais próximos.
                Com o corpo todo amolecido, Kathleen fechou os olhos. Em poucos segundos, sentiu um leve toque nos lábios, como se uma borboleta houvesse pousado por ali e alçado voo em seguida. Abriu os olhos a tempo de ver Devon se afastando com expressão indecifrável.
                — Eu deveria ter me casado com você quando ainda podia. Antes de a minha vida ter virado um risco. Seria um desafio domar esse seu gênio e... – hesitou. — Não, talvez fosse um pecado moldá-la à minha maneira. – Os dedos de Devon acariciaram o contorno do rosto da garota e foram, lentamente, descendo pelo pescoço até alcançarem o colo semidesnudo.
                Kathleen ouvia a voz de Devon de muito longe. Parecia que estava em um túnel do tempo e tudo que via e ouvia chegava em velocidade desacelerada. Mas ela entendera perfeitamente a última parte. Então, voltou a si, piscando diversas vezes.
                Casar. Devon disse que deveria ter se casado com ela. Por que ele estava brincando com os sentimentos dela daquela forma? Por que fazer chacota com um sonho que ela alimentou por tantos anos?
                Sim. Talvez ele tivesse razão. Ela estava entrando num campo perigoso. Aquilo tudo era mesmo para peixe grande. Nunca alcançaria a experiência de Devon.
                Diante do olhar vidrado de Kathleen, Devon afastou-se rapidamente, como se caísse em si e percebesse o que estava prestes a fazer. Passou as mãos pelos cabelos negros, nervosamente, e voltou a encarar a garota, que havia buscado apoio na poltrona.
                — Com todos os demônios, um dia eu hei de entender por que você desperta em mim sentimentos tão conflituosos... Num momento eu tenho vontade de esganá-la e no outro eu quero deitá-la no chão e... – Elevou a sobrancelha, com um olhar malicioso.
                Kathleen corou e desviou os olhos para o tapete indiano embaixo de seus pés.
                — Kathleen, Kathleen, é melhor pararmos de brincar com fogo. Não sou um dos partidos sobre os quais falei.
                — Não sei do que você está falando... – hesitou, constrangida por alguns segundos, mas logo voltou a ser impulsiva como sempre. – Na verdade, eu sei. E mesmo que você fosse o último homem sobre a Terra, eu preferiria morrer queimada a me casar com você. – Levantou-se bruscamente, recuperando a compostura que havia perdido devido à cena romântica.
                — Cansei de discutir com você. – Tomou o último gole da bebida, depositou o copo sobre o tampo, mas, antes de se dirigir ao corredor, falou: - Mas nem pense em me desafiar com suas ideias mirabolantes sobre espionagem. Ou viverá para se arrepender.

                Kathleen se encolheu instintivamente. Pela primeira vez na vida, teve medo da reação de Devon. 

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A Missão de Anabel já está disponível na Amazon por R$ 6,00!

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Coisas que acontecem comigo, no meio da madrugada, após ler um livro da Bella Andre (uma das minhas autoras favoritas de todos os tempos): psicografo um trecho do além, todinho, completo, sem precisar mudar uma vírgula...rsrs...

"O dia de trabalho foi um lixo. O novo supervisor é um merda. E quem me dera ter poderes extrassensoriais para mandar o trânsito de São Paulo direto para puta que pariu. Ou para o inferno. Qualquer lugar de onde o retorno seria impossível.
Esses eram os pensamentos de Isabella conforme caminhava pelo bairro onde morava. Ela havia acabado de descer do ônibus que tomava diariamente para fazer o percurso do trabalho até sua casa, localizada num condomínio fechado na zona norte de São Paulo. Fazia um ano que finalizara o estágio e fora contratada como auxiliar de laboratório numa indústria química. Mas ela odiava aquele trabalho há quase quatro anos, desde o primeiro dia em que pisou na empresa. E, por todo esse tempo, Isabella se perguntava por que continuava num lugar que detestava tanto. Sim, o problema era o lugar. Ela gostava de trabalhar com controle de qualidade, pesar, medir, fracionar, analisar produtos que iriam parar nas prateleiras dos produtos de limpeza dos supermercados. Seu dia a dia era recheado de tarefas meticulosas, até certo ponto, repetitivas e cansativas. Tudo que Isabella gostava. Se não fossem por seus colegas e superiores, seria como viver a frase célebre: “escolha o trabalho que ama e não trabalhe um único dia de sua vida”. Só que graças aos supervisores sem noção, que ela foi obrigada a enfrentar ao longo desses anos, e também graças aos funcionários egoístas, totalmente focados em seus próprios umbigos, Isabella ia para o trabalho, todos os dias, como quem caminha para sua própria execução.
Chegou em frente ao portão do condomínio de casas, o portão fez um clique e abriu automaticamente. Isabella ajeitou a bolsa no ombro dolorido, porque, claro, nenhum ser teve a boa vontade de se oferecer para levar sua bolsa. Ela já devia ter se acostumado a esse comportamento. Ou melhor, ela já estava acostumada a isso. Apenas precisava dar um jeito de seu ombro também se acostumar. Jogou os cabelos pretos lisos para trás. Suspirou, cansada, quando avistou sua casa a poucos passos. Finalmente, tomaria um banho, tiraria a poluição e o cheiro de produtos químicos do corpo. Então, poderia jantar e assistir a algum programa na tevê.
            Um pouco mais feliz com essas conclusões, Isabella estava alcançando a porta de casa quando uma sombra surgiu em sua frente, fazendo-a dar um salto para trás e quase cair sentada. O susto não durou muito, porque o reconhecimento da “sombra” aconteceu em seguida. Brian. Seu vizinho idiota que já deveria ter se mudado de lá. Ou melhor, que nunca deveria ter mudado para lá.
- Brian, que merda! Quer me causar um infarto? Eu não te vi aí.
- Oi, japinha. Como foi seu dia? – Passou as mãos pelos cabelos castanhos claros, lisos. Isabella quis fechar os olhos para bloquear a visão dos bíceps musculosos, que apareceram com o movimento que Brian fez. Não queria se sentir atraída por nada naquele cara. Absolutamente nada.
- Você estava aí, na surdina, parecendo uma assombração, só para me perguntar como foi meu dia? Ah, fala sério?! Dá licença. – Saiu empurrando o rapaz e praguejando.
- Ok, isso quer dizer que foi uma bosta. Mas não estava te esperando para fazer essa pergunta. Só quis ser educado. – Segurou o braço de Isabella, causando-lhe um arrepio indesejado que voo do braço para o resto do corpo.
- O que você quer, Brian? Estou com fome, com sono, mega estressada... em resumo, sem clima para papos. – Desvencilhou do toque e deu um passo para trás. Quanto mais longe ficasse de Brian, melhor para sua sanidade mental e seus hormônios traíras.
- Preciso que você compareça a um evento da academia comigo, Isa.
- Como é que é?! – Por que a droga de seu apelido naquela voz grossa soava quase como uma carícia? E por que ela prestava tanta atenção a isso?
- O negócio é o seguinte: tem uma coroa que está me assediando na academia. Velho, eu não aguento mais isso! Já tentei de tudo para fugir das investidas dela, mas ela é incansável. E tenho certeza de que o tiro de misericórdia virá nesse evento, quando a barreira entre professor e aluna não for tão rígida quanto no ambiente da academia.
- E o que eu tenho a ver com isso, Brian? Você quer que eu defenda você no tal evento? Que eu banque sua babá? – Revirou os olhos impaciente.
- Não, Isabella, eu quero que você banque a minha namorada.
O coração deu um salto tão abrupto, tão intenso, que Isabella colocou as mãos automaticamente sobre o peito. Namorada? De Brian? Ela ouvira bem?
- Sua namorada?! Você bebeu ou cheirou, Brian? Marte se tornará habitável antes de eu aceitar ser sua namorada. Somos total e completamente incompatíveis. Como gelo e fogo. Água e óleo... enfim, você entendeu! – arfou. O ar, de repente, desapareceu da atmosfera. No lugar dele, surgiram imagens que Isabella gostaria de exterminar de sua mente teimosa. Imagens de beijos ardentes e carícias ansiosas.
- Eu entendi... há muito tempo, na verdade. – Os olhos verdes prenderam-se nos olhos dela. O espaço entre eles passou a expulsar eletricidade. – Somos o oposto um do outro. Eu sou desencanado. Você, toda certinha. Eu adoro me divertir. Você, abomina. Eu acredito que temos que experimentar a vida ao máximo, desafiar a monotonia. Você idolatra as regras, o cotidiano sempre igual e a previsibilidade. Eu quero que você finja ser minha namorada amanhã à noite. Apenas para a coroa largar do meu pé.
- E você acha que sou protagonista de comédia romântica para aceitar um absurdo desses? – camuflou o melhor que conseguiu as sensações perturbadoras correndo dentro de si. – Por que você não pede esse favor para uma de suas amiguinhas? Ou devo dizer periguetes que te rondam o tempo todo.
- Foda-se, não quer ajudar, não ajuda, Isabella. Nem sei por que pensei em você para pedir esse favor. Sou um masoquista, é isso. Você me trata como um cachorro sarnento e eu continuo te procurando.
Os dois se encararam em desafio. Todas as vezes que se encontravam era assim. Eles terminavam se desentendendo. Desde o primeiro dia, há dezenove anos. Nada mudara. Apenas o desejo absurdo que insistia em se infiltrar dentro de Isabella apesar de seu rígido autocontrole interior. E talvez movida por ele, Isabella, quando percebeu que Brian iria se retirar do embate ao dar um passo para trás, se viu perguntando:
- Se eu topar fingir que sou sua namorada, o que eu vou ganhar com isso?
Brian levantou uma sobrancelha do jeito que Isabella soube exatamente que tipo de recompensa ele estava imaginando. Uma que eles não compartilhavam desde o inverno passado, fazia cinco meses, e a qual a garota jurou nunca mais se submeter.
- Sua mente é podre, Brian! Você sabe que não estou falando disso que você pensou...
- E por acaso você sabe o que pensei, japinha? – Aproximou-se. Isabella sentiu cada pelo em seu corpo se eriçar. Andou para trás até encostar-se à árvore do jardim em frente a sua casa. Brian não se intimidou. Continuou se aproximando até quase colar seu corpo ao da garota. – Parece que é você quem anda tendo alguns pensamentos bem sacanas, hum? – Deslizou as costas de uma das mãos no braço desnudo de Isabella. Com a outra, agarrou a cintura da garota e a trouxe para perto, colando os corpos. – Será que é saudade dos momentos bons que já desfrutamos juntos?
- Me solta, Brian – Isabella balbuciou. Sua voz estava entrando no mesmo curto circuito que dominou seu corpo. Tinha que gritar com Brian, se livrar dos braços que a prendiam e causava-lhe um desejo insuportável. Mas se viu enlaçando as costas do rapaz.
- Você não quer que eu te solte, Isa. – Beijou o pescoço dela. – E sou mesmo uma porra de um masoquista, porque não quero te soltar. – A boca contornou a linha do queixo de Isabella e foi subindo por sua bochecha até parar no canto de seus lábios. – Como uma mulher tão briguenta pode ser tão delicada?
            Antes que Isabella pudesse protestar, Brian a beijou. As línguas se encontraram imediatamente e começaram a se movimentar juntas em carícias sôfregas. A garota não admitiria nunca, mas sentiu falta de ser devorada por aqueles lábios carnudos, por aquele beijo feroz que jamais encontrou em outro homem. Só Brian despertava a selvageria dentro dela. A vontade de se fundir a outro ser humano. Apenas Brian a fazia ter consciência de cada terminação nervosa que possuía.
            As mãos de Brian subiram pelas costas de Isabella e alcançaram a nuca da garota. Ele tinha vontade incontrolável de devorar aqueles lábios macios e saborosos. Queria beijá-la mais profundamente, sentir todo o interior daquela boca deliciosa. Como sentiu falta daquele gosto incrível, daquele ritmo frenético que só Isabella sabia impor aos beijos.
            O beijo foi interrompido, mas os corpos permaneceram na mesma posição, grudados, em chamas. A boca de Brian desceu para o pescoço de Isabella. Sua língua correu por toda a extensão de pele desnuda, até atingir o decote em V da blusa de botões da garota. Isabella soltou um pequeno gemido e segurou a cabeça de Brian contra sua pele. Uma parte de seu cérebro queria alertá-la que aquela loucura não podia continuar, pois estavam em local público. No entanto, a força do desejo era avassaladora, derrubando sua poderosa razão. Naquele momento, Isabella queria apenas sentir Brian mais perto e que sua língua a corresse de cima abaixo, como fizera na última vez que eles ficaram juntos.
- O seu cheiro me enlouquece, japinha. Você consegue perceber o quanto? – Alan puxou o quadril de Isabella e a apertou contra si. As pernas da garota enfraqueceram. O pensamento insano de fazer amor com Brian no meio do jardim de sua avó roubou-lhe a nesga de raciocínio que possuía. Outro gemido voou através de sua boca. Suas unhas arranharam os ombros largos e musculosos. Então, a realidade rasgou a noite quando a luz da varanda acendeu e Isabella ouviu barulho na porta da frente. Instantaneamente, ela acordou dos delírios incontroláveis que a privaram de seu costumeiro bom senso. Empurrou Brian no mesmo instante que sua avó apareceu na porta.
- O que você está fazendo aí fora, menina? Eu estava preocupada com sua demora. Quem está com você?
            Brian teve que se apoiar na árvore, dolorido, consumido pelo desejo que corroía todas as veias de seu corpo, mas que não seria saciado naquele momento.
- Eu acabei de chegar, vó. Parei para conversar com Brian, nosso vizinho. Mas já estou entrando – Isabella tentou falar todas as frases sem arfar ao mesmo tempo em que se afastava o máximo possível do cara que quase a faz cometer uma insanidade.
- Isso não é hora de bater papo. Entra. Já é tarde e quero servir o jantar. Seu avô e eu estamos cansados de esperá-la. E você também, meu rapaz, vai para sua casa. Isabella é uma moça de família.
            Isabella não ousou encarar Brian. Com certeza o que acabaram de fazer não estava no comportamento correto, segundo sua avó, para moças de família.
- Boa noite, dona Marília. A culpa é minha por Isabella se atrasar. Eu a estava convidando para ir a um evento comigo amanhã na academia onde trabalho.
- Isso não é hora de fazer convite para festas, meu rapaz. A noite rouba o escudo que preserva as virtudes e faz o tolo cair nas armadilhas da lascívia.
            Isabella prendeu a respiração. Será que sua avó havia visto Brian e ela no amasso, a um passo de fazerem sexo na porta de casa? Não era possível. Dona Marília não era conhecida pela tolerância. Caso tivesse presenciado alguma “indecência”, como ela gostava de dizer, teria feito a neta entrar sob uma chuva de reprimendas. E não era de duvidar que Brian voltasse escoltado para casa. Mesmo o rapaz tendo completado 27 anos, Marília não se intimidaria. Era ainda capaz de chamar a mãe dele para ter uma conversa séria.  
- Para dentro agora, Isabella.
            Os pensamentos de Isabella foram interrompidos pela voz autoritária da avó. Ela estava postada de lado, mãos no quadril, cabelos grisalhos perfeitamente organizados num coque, dando passagem para a neta. A garota arrumou no ombro a bolsa, da qual ela havia se esquecido havia vários minutos, e ousou encarar Brian. O brilho nas íris esverdeadas amoleceu ligeiramente suas pernas. Por mais insensato que fosse, se estivessem num lugar privado, Isabella saciaria o desejo espelhado nos olhos do rapaz. Simplesmente porque era seu próprio desejo.
            Isabella passou por sua avó sem olhar para trás. No entanto, não pôde impedir que chegasse até seus ouvidos a voz profundamente rouca de Brian desejando boa noite para dona Marília. Agora ela passaria o resto da noite tentando extinguir o desejo para bloquear novamente Brian de sua vida."

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Bem-vindos à reinauguração do blog, gente!

Estou tão feliz neste momento. Não consigo nem encontrar as palavras certas para descrever o que estou sentindo. Tenho esse blog há quatro anos. Confesso que nunca tive o hábito de enchê-lo de postagens. Mas agora tudo é diferente. Agora eu tenho um propósito. E um livro escrito! Em poucos dias, A Missão de Anabel estará na Amazon. Ainda em janeiro vou oficialmente me tornar autora. Não tenho mais desculpas para não atualizar o blog. Quero ter é muita novidade para colocar por aqui :) Para comemorar essa nova fase, deixo um quote para lá de especial do novo livro. Espero que gostem!

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Criando Estórias
Uma pessoa ultrarromântica, que não sabe viver sem livros ou sem escrever histórias de amor.
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